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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


No Box abaixo a história de Turmalina de 1730 á 2010. Para conhecer a história da cidade de 2011 até os dias de hoje acesse o endereço: http://cidadefmturmalina.blogspot.com.br/ e use a caixa PESQUISAR no topo da página.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE TURMALINA

A região onde hoje está a cidade de Turmalina já havia sido visitada pelos mais antigos bandeirantes e entradistas baianos do segundo quartel do século XVI, quando o arraial da Piedade foi fundado entre os anos de 1730 e 1733. A primeira expedição de que se tem notícia a passar pelo território da Comarca de Minas Novas, foi a que Pero do Campo Tourinho ordenou ao castelhano Francisco Bruzzo de Zpinozza, em 1553. Sobre tal expedição, deixou o padre João de Aspicuelta Navarro, jesuíta contemporâneo do padre José de Anchieta, notável registro em forma de carta, datada de 29 de junho de 1554.
Turmalina tem a sua história ligada ao “Ciclo do Ouro”, no século XVIII, porque a sua povoação primitiva foi influenciada pela Bandeira de Sebastião Leme do Prado, que havia fundado a cidade de Minas Novas em 29 de junho de 1727.
Em 1730 já estavam residindo na Fazenda Piedade da Água Suja o Alferes Antônio Godinho da Silva Manso Júnior, o Sargento-mor Domingos Alves de Macedo e o cabo de tropa João Soares de Araújo. São esses os primitivos fundadores da povoação que veio a se tornar o Arraial de Nossa Senhora da Piedade de São Pedro dos Fanados das Minas Novas do Bomsucesso do Araçuaí.





Em 1734, os primitivos moradores, chefiados pelo Alferes Antônio Godinho, solicitaram ao Arcebispo baiano a autorização para a construção da primeira igreja da povoação, em honra da Virgem da Piedade, padroeira da fazenda. Tão logo a autorização para o inicio das obras foi dada, os moradores começaram a construção. A começar pela medição dos terrenos. A capela foi construída entre 1735 e 1736, e benzida em 1º de janeiro de 1737 pelo padre Pedro Rodrigues Machado, pároco de São Pedro do Fanado.
Por volta de 1770, chegaram ao Arraial da Piedade os fazendeiros Francisco Pinheiro Torres, Canuto da Costa e Quadros, Luiz Machado Pereira [o velho] e Patrício Rodrigues Pego, oriundos da região do Gorutuba e Jaiba, no norte mineiro. João Cordeiro de Oliveira, que alguns reputam fundador do arraial, só veio a residir em Piedade, na Fazenda Estaquinha (hoje a comunidade do Fanha), em 1812.
Como acontece em quase a totalidade dos municípios mineiros, Turmalina precedeu as suas elevações eclesiásticas em muito das elevações administrativas governamentais. Em 1774, a Aplicação da Piedade, foi elevada à condição de Curato, sendo nomeado para o cargo de Cura residente o padre Luiz Pereira dos Santos. Em 1814, foi ordenado na Bahia por dom Damaso de Abreu Vieira (arcebispo), o piedense João Gonçalves Mendes (1783/1864), que a partir de 1815 passou a residir no curato.
Em 1828, de acordo com a nova lei que disciplinava a organização municipal, o Arraial da Piedade passou a ter o seu juiz de Paz, sendo eleito o próprio Vigário João Gonçalves Mendes, o primeiro juiz (1828-1837). Depois, na noite de 31 de dezembro de 1831, justamente por ser o Juiz de Paz, foi ele o presidente da mesa que qualificou os cidadãos para comporem o efetivo da Guarda Nacional aqui estacionada .
Em 1839, uma comissão de moradores proeminentes do Arraial da Piedade levou até à Câmara da Cidade de Minas Novas, uma solicitação abaixo-assinada pedindo a elevação do curato e arraial à condição de distrito e freguesia. Acolhendo o pedido, a Câmara enviou a solicitação ao deputado Carlos Pereira Freyre de Moura, que apresentou o Projeto à Assembléia Provincial de Minas Gerais, em 10 de maio de 1839, sendo votado e aprovado em primeira votação em 11 de março de 1840. No dia três de abril de 1840, convertida em lei provincial de número 184, foi sancionado o texto pelo doutor Bernardo Jacinto da Veiga, então presidente da Província. A lei, como então permitia a legislação, em razão do padroado real à religião católica e a união da Igreja/Estado, criou tanto o distrito quanto à freguesia .
Criada a freguesia foi nomeado vigário colado o padre Brás Vieira da Silva, que tomou posse da freguesia no dia 22 de julho de 1842. Foi esse vigário quem fundou a Irmandade do Santíssimo Sacramento do Altar na Matriz de Nossa Senhora da Piedade, no dia 31 de maio de 1845. Líder político e orador, o vigário Brás Vieira da Silva foi eleito vereador a Câmara de Minas Novas e deputado à Assembléia Legislativa Provincial de Minas no ano de 1860. O distrito e a freguesia de Piedade de Minas Novas compreendia o território das Aplicações de São Miguel da Caiçara (hoje Caçaratiba), Bom Jesus do Peixe Cru (que hoje foi transferido da margem do rio Jequitinhonha em razão da construção da Barragem Hidrelétrica de Irapé), Nossa Senhora do Patrocínio (hoje Veredinha) e a paróquia de Sagrado Coração de Barreiras (hoje Carbonita). Carbonita foi criada paróquia e distrito independente em 4 de setembro de 1870. Veredinha foi elevada a distrito e paróquia pela lei de 29 de outubro de 1875 e a cidade em 1994. 
O Cartório de Paz foi instalado em 1841, sendo nomeado primeiro notário público o Capitão Joaquim Pinheiro Torres, e para o cargo de escrivão Sargento Sérvolo Gomes Lima. A República foi proclamada no dia 15 de novembro de 1889. Por esse motivo a lei número 2, de 14 de setembro de 1891, confirmou o distrito de Piedade de Minas Novas, como unidade administrativa pertencente ao município de Minas Novas.
Em 1894, dois fatos enriqueceram as efemérides históricas de Turmalina. Nesse ano, o vigário da freguesia de Piedade, filho da terra e de família tradicional norte-mineira, Monsenhor Sérgio Pinheiro Torres, foi eleito bispo da Diocese de Belém do Pará, sucedendo ao grandioso D. Antônio de Macedo Costa, falecido em 1891. No mesmo ano, nas eleições do dia sete de março, Monsenhor Sérgio Pinheiro foi eleito Senador Estadual, para servir a legislatura compreendida entre 1894-1897. Vindo a falecer repentinamente sem tomar posse de ambos os cargos, foi eleito para preencher sua vaga no Senado Estadual, seu cunhado Coronel José Bento Nogueira (Zé Bentinho, de Minas Novas).
Aos 7 de setembro de 1923, o distrito de Piedade de Minas Novas teve seu nome mudado para Turmalina de Minas Novas, por força do Decreto-Lei número 843, na reforma toponímica efetuada pelo Presidente (do estado) Raul Soares de Moura. Trata-se de interessante homenagem que o presidente fez a produção mineral que o estado possuía e que lhe dava o nome: “Minas Gerais”.
Perdido nos sertões do nordeste mineiro, a pequena Turmalina não sentiu as revoltas de 1918, 1922 e 1924. Foram acontecimentos que se perderam no tempo ante a grande epidemia da Gripe Espanhola. O distrito guardou memória. Morreram varias pessoas no arraial, conforme evidencia o livro de óbitos do Cartório de Notas e o livro de óbitos da paróquia de N. S. da Piedade. Faleceram crianças recém-nascidas até rapazes e moças de 18 anos de idade. Confundem-se as memórias tristes dos anos da “influenza espanhola” com os tenebrosos acontecimentos da Primeira Grande Guerra, a qual o Brasil foi obrigado a aderir a favor dos aliados, no governo Venceslau Brás.
Pode-se dizer que mais horror deve ter causado a vida calma do distrito às noticias da marcha de Luiz Carlos Prestes, chamada de “revoltosa”, que passara pelos lados do rio São Francisco em 1925, subira para o Pernambuco, voltara de novo e ameaçava deixar o sudoeste baiano e entrar pelo nordeste mineiro, para os lados de Grão Mogól e Rio Pardo de Minas . O distrito se alvoroçou, mas não passava de boatos, pois Prestes e Miguel Costa tomaram outro rumo para sua marcha revolucionaria.
Comércio baseado unicamente na agricultura familiar e de subsistência, cujo excedente de produção era vendido nos mercados de Itamarandiba, Diamantina, Capelinha, Teófilo Otoni, Minas Novas, Chapada do Norte e às vezes, Montes Claros.
Encerra esse período a eclosão da Revolução de 1930, deflagrada pelo governo do Rio Grande do Sul [Getúlio Vargas] e amparada pelo governo de Minas Gerais [Olegário Maciel]. A partir daí o distrito perderá sua força política, face a inexistência de eleições no país, mas ganhará força econômica em contraposição aos outros distritos do imenso município de Minas Novas.

As revoltas e revoluções ocorridas entre 1931, 1932, 1935 contra o governo Getúlio Vargas pouco ou nada influíram na história local, cuja população via com descrédito as ações do governo federal, muito distante para alcançá-los. Já o golpe de l937 foi divulgado e comemorado no distrito. A construção da estrada de rodagem ligando o distrito de Turmalina a cidade de Capelinha, em 1939, parece ter cristalizado no coração popular a gratidão à Getúlio Vargas. Obra trabalhosa, construída com enxadão e picareta, com traçado de Manuel Gomes da Costa e chefia de Américo Antunes de Oliveira. Interessante que a ascensão econômica do distrito, colocando-o em primeiro lugar no quesito de contribuições a sede Minas Novas, é que será decisiva na hora crucial da emancipação político-administrativa, em 1948.
O manifesto dos Mineiros de 1943, obra de intelectuais e profissionais liberais que abominavam o governo ditatorial de Getúlio Vargas, calou fundo na mocidade turmalinense. A queda de Getúlio Vargas e de seu “Estado Novo” marcou tanto o distrito que a população denominou uma de suas vielas com a data de “29 de outubro”, depois oficializada pela lei n. 2, de 1949, sancionada pelo prefeito Luiz Lopes, após a emancipação.
Tanto que vindo a reabertura política de 1945, e a fundação dos partidos UDN E PSD para as eleições de 1945, o distrito cerrou fileiras nos arraiais udenistas, dando grande votação ao brigadeiro Eduardo Gomes. Em 1945 com a queda de Eduardo Gomes e a ascensão do Marechal Eurico Gaspar Dutra, a chefia política até então nas mãos do coronel João de Castro passa para o farmacêutico Lauro Machado, que empolga os mais jovens.
Em 1947, com as eleições municipais, novamente o dissídio entre a sede do município de Minas Novas e o distrito de Turmalina toma corpo e as feridas se abrem. Da eleição de 1947 se parte para a luta emancipacionista liderada por Lauro Machado.
O município foi criado pela lei 336, de 27 de dezembro de 1948 e sancionada Governador Milton Campos. Foi instalado no dia 1º de janeiro de 1949 pelo Juiz de Paz Miguel Soares de Carvalho.
A Intendência Municipal começou a funcionar em 03 de janeiro de 1949, a pleno vapor. Tomou posse do cargo de intendente municipal Anízio de Azeredo Coutinho, iniciando desde já a vida administrativa da nova cidade. Decorrido o pleito municipal em 21 de fevereiro de 1949, verificou-se a eleição de Luiz Lopes de Macedo para prefeito municipal e de Américo Antunes de Oliveira para Vice-Prefeito.
ECONÔMIA

Os tropeiros e caixeiros viajantes do século XVIII tiveram primordial importância no desenvolvimento do arraial e no distrito de Piedade, hoje Turmalina. Há registros na Câmara de Minas Novas de oito engenhos de cana no distrito, que funcionavam entre 1759 e 1792. Os agricultores que viviam no arraial não se ocupavam de lavras auríferas ou diamantíferas, como faziam os moradores de Minas Novas, Berilo, Chapada do Norte ou Virgem da Lapa.
Piedade produzia grande quantidade de feijão, milho, cana-de-açúcar, arroz, bananas, frutas e cereais que eram vendidos no Mercado de Minas Novas e seu entorno. Ainda no século XVIII, Piedade passou a produzir grande quantidade de algodão, assim como Minas Novas e Berilo, que eram carreados por tropas para o Rio de Janeiro, Capital da Colônia do Brasil.
Após a guerra do Paraguai em 1870, os interesses comerciais do Arraial da Piedade modificaram-se completamente. Começou ai o impulso para a produção de vinhos e o comércio de muares comprados em Pernambuco ou na Bahia, e vendidos em Sorocaba-SP. Esse comércio foi exercido por muitos e muitos anos pelo famoso Capitão João Pinheiro Torres, um rico fazendeiro local.
Entretanto a indústria teve seu período áureo entre 1900 e 1929, quando Turmalina exportava grande quantidade de queijos, vinhos, requeijão, manteiga, rapadura, cachaça, doces e toucinho curado. Houve um ligeiro declínio entre 1930 e 1965, passando a economia a girar em torno mais do comércio do que da indústria. Nos anos 1970, houve uma nova onda de aquecimento econômico quando foi implantada a Acesita Energética, seguida pela Pilar do Sul, Companhia Suzano de Papel e Celulose, Plantar Reflorestamentos, Carvalho Projetos de Reflorestamentos.
Esse “boom” durou 20 anos. No inicio dos anos 90 Turmalina viu surgir a produção de telhas e tijolos e a indústria moveleira. Nos últimos 10 anos, a cidade vem se consolidando como pólo industrial do Vale do Jequitinhonha. 

FONTE; Wikipedia – Valdivino Pereira Ferreira Folclorista e pesquisador de história regional. ILUSTRAÇÃO  E TRATAMENTO DE IMAGENS: Audiovisual Estúdios. FOTOS: Arquivos Casa da Cultura - Ailton Santanna - Denise Macedo.


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